Em evento realizado na última quinta-feira (26), a BM&F Bovespa anunciou a criação de dois novos ativos para o mercado futuro relacionados a índices de inflação - FRA de IPCA e FRA de IGP-M .
Entre os objetivos dos novos produtos estão a ampliação da liquidez e a simplificação dos processos de hedge, com a redução de riscos e custos de transação que envolvem as operações relacionadas à inflação futura atualmente.
Por outro lado, o atual cenário de temores globais em relação à inflação aumenta a procura por instrumentos para proteção de investimentos e operações, atualmente restritos no País a algumas classes de títulos públicos, contratos futuros e de swap.
Entenda os ativos
A partir de oito de agosto deste ano, iniciam-se as negociações com os FRAs (Foreing Rate Agreement) de IGP-M e IPCA, chamados respectivamente de FRG e FRI. Deste modo, serão oferecidos ao investidor contratos futuros de inflação para período fechado de um ano - com vencimento em dezembro para o FRG e vencimento em janeiro para o FRI.
O FRA permite a negociação simultânea de duas operações futuras em posições contrárias, uma curta e outra longa, ao contrário dos ativos atuais que somente oferecem a ponta longa, como os contratos futuros de cupons dos índices.
Ademais, os ativos permitem ao investidor zerar em pregão suas operações antes do término do contrato, diferentemente das operações de swap - que necessitam de acordo com a contraparte.
Importância
Segundo Álvaro Affonso Mendonça, diretor de produtos financeiros e ambientais da BM&F, uma decorrência importante destes novos produtos será a facilitação dos agentes que buscam posições de short - a aposta em uma inflação futura menor.
Atualmente, para realizar a operação, o agente precisa estar comprado em inflação futura e buscar o aluguel de títulos públicos. O desdobramento do novo ativo em dois vencimentos, um curto e outro longo, possibilitará "uma nova forma de cotar e negociar esta inflação", afirma Mendonça.
Para todos os gostos
Ademais, os novos contratos podem impulsionar a presença de investidores estrangeiros, obrigados a pagar imposto de renda sobre suas operações com contratos de swap no mercado de balcão, mas isentos caso negociem no pregão.
Embora incorpore os riscos da inflação de curto prazo, o contrato também abre as portas para a ação de investidores menos familiarizados com ela. Segundo Mendonça, após o vencimento na ponta longa, existe a possibilidade de reduzir os riscos mencionados por meio de hedge com a compra de títulos públicos.
Novidades
Durante o evento, os representantes da Nova Bolsa também anteciparam novos produtos que devem estar disponíveis no último trimestre de 2008 - contratos futuros com prazo de cinco anos dos títulos NTN-B, vinculados ao IPCA, e NTN-F, pré-fixado -, atualmente em fase final de desenvolvimento.
Fonte: InfoMoney