Depois de uma manhã negativa ao redor do mundo, a tarde desta quinta-feira (19) marca uma tentativa de recuperação de Wall Street. Ainda assim, o efeito não é mesmo sobre o mercado acionário doméstico, uma vez que o fator impulsionador da retomada externa encontra forte resistência nos papéis da Petrobras.
Novamente se trata da variação do preço do petróleo no mercado internacional. O governo chinês anunciou que irá elevar o valor dos combustíveis a partir da próxima sexta-feira, evento que tende a provocar expressivo impacto no consumo em nível global, tendo em vista o tamanho do mercado em questão.
A matéria-prima reage com desvalorização de quase 3% em Londres e penaliza os ativos da Petrobras, os de maior peso sobre o cálculo do Ibovespa. Lá fora, o reflexo é favorável, pois ameniza as preocupações quanto ao impacto da disparada recente da matéria-prima sobre a estrutura de custos das companhias.
Mas não só da disputa entre a referência externa e as ações da estatal brasileira vive a quinta-feira. O efeito positivo da notícia em Wall Street rivaliza com um cenário deteriorado pela agenda de indicadores e o setor financeiro, fator que explica a volatilidade da sessão.
Os indicadores divulgados desfavorecem. Os pedidos por auxílio-desemprego nos EUA avançaram mais que o esperado, o Philadelphia Fed Index marcou retração de 17,1 pontos em junho e o Leading Indicators, em segundo plano, veio em linha com sua medição anterior. Paralelamente, o setor financeiro volta a preocupar entre projeções negativas do Goldman Sachs prevendo maiores baixas contábeis aos suíços UBS e Credit Suisse.
Ibovespa resiste; dólar cede
O melhoria de Wall Street pela tarde não se reflete sobre o Ibovespa, pela contribuição negativa dos papéis da Petrobras. Em baixa próxima de 0,80%, o índice opera em torno dos 66.500 pontos, com volume financeiro superior a R$ 3,9 bilhões.
No mercado de câmbio, o dólar comercial dá seqüência à sua trajetória negativa ante o real e experimenta nova desvalorização frente à moeda brasileira, agora de 0,19%. A variação coloca o dólar a R$ 1,6040.
Maiores altas e baixas
O destaque negativo do dia fica por conta dos papéis do setor imobiliário. As ações mais penalizadas são as ordinárias da Rossi Residencial, que cedem 6,14%.
Na outra ponta, os papéis da Telesp se recuperam das recentes baixas e lideram o movimento ascendente do índice, com forte alta de 4,26%. Das últimas sete sessões, as ações caíram em seis.
Entre os destaques de queda estão os papéis de
Rossi Resid ON (RSID3, -6,14%), Cyrela Realty ON (CYRE3, -4,72%), VCP PN (VCPA4, -4,00%), Natura ON (NATU3, -3,94%) e Lojas Americanas PN (LAME4, -3,55%).
Por outro lado, as ações
Vivo Part PN (VIVO4, +4,26%), Telesp PN (TLPP4, +3,64%), Brasil Telecom PN (BRTO4, +1,84%), Telemar NLeste PNA (TMAR5, +1,77%) e Brasil T Par PN (BRTP4, +1,71%) apresentam melhor desempenho.
Os maiores volumes ficaram com Petrobras PN (PETR4, R$ 614,79 milhões), Vale Rio Doce PNA (VALE5, R$ 269,91 milhões), Cemig PN (CMIG4, R$ 99,44 milhões), Vale Rio Doce ON (VALE3, R$ 93,22 milhões) e Sid Nacional ON (CSNA3, R$ 87,58 milhões).
Fonte: InfoMoney